Zé Carlos Taipa, creative hairstylist da Lupabiológica no Portugal Fashion, esteve à conversa com o André de Atayde no BloomIn, revista digital da plataforma dedicada aos jovens talentos Bloom – Portugal Fashion.
1. BLOOM e novos talentos da moda. O que é que isto significa?
Significa criatividade. A plataforma BLOOM é muito interessante porque dá destaque aos nomes emergentes da moda, que trazem novas ideias e novos conceitos. E nesse sentido, sinto que há maior liberdade criativa, porque a plataforma tem mesmo esse propósito, de mostrar o que há de novo no setor. Depois é o lado gratificante de acompanhar os jovens criadores nos seus percursos e de os ver “florescer” e ganhar o seu lugar na área da moda.
2. És um novo talento já não sendo. Como é que foi essa caminhada?
Foi um percurso desejado, mas não planeado ao pormenor. As coisas foram acontecendo naturalmente, e as oportunidades foram aparecendo ao longo do caminho. Faço parte da 4ª geração de cabeleireiros na minha família, cresci dentro da barbearia do meu pai. Lembro-me de apanhar cabelos do chão colocar entre os dedos e começar a cortar. Nunca tive medo de sair da minha zona de conforto, e ao longo destes 18 anos de carreira muitas pessoas que me apoiaram e acreditaram em mim.
3. A irreverência no BLOOM é precisa?
Sem dúvida que sim. Se o BLOOM dá palco aos talentos de amanhã, são também eles que trazem as novas ideias, as novas formas de pensar e de fazer. Por isso, sim, acho que a irreverência é um dos ingredientes do BLOOM.
4. Qual foi o teu momento marcante na moda?
Há 2 momentos que são marcantes para mim: o primeiro a nível nacional, quando a Lupabiológica me fez o convite para ser criativo da marca LUPA. Agradou-me a abordagem e o facto de a marca querer apostar em sangue novo. Tem sido muito gratificante acompanhar o crescimento de uma marca nacional que consegue conquistar o seu lugar no meio de multinacionais. É um motivo de orgulho.
O segundo momento marcante aconteceu em fevereiro, quando integrei a equipa de cabeleireiros do Guido Palau nos desfiles da Dior, Maison Valentino, Versace, Fendi e D&G. Foi uma honra poder trabalhar com o cabeleireiro que é para mim A referência em termos de moda.
5. Casa sobre rodas ou roda gigante, o que faz mais sentido?
Casa sobre rodas, sem dúvida alguma.
6. Achas que o mundo em geral – e o da moda em particular – devia ser feito de pessoas com os valores no sítio certo?
O mundo seria um sitio muito mais bonito. O mundo da moda é competitivo, mas isso não tem que mudar os nossos valores, até porque eu acredito que quando fazes as coisas por amor, só coisas boas podem acontecer.
7. Ficavas chateado se o teu filho quisesse cortar o cabelo com outra pessoa?
Acho que não ficava chateado. Por acaso o primeiro a cortar o cabelo ao Santi foi o meu pai, fiz questão de lhe dar esse presente.
8. É de noite e estás no Alentejo. Usas uma lupa ou um telescópio para ver as estrelas?
Usava uma lupa, claro. Uso Lupa há quatro anos e vejo muito melhor as estrelas.
9. Qual é o teu lugar perfeito?
Mergulhado na natureza, onde posso andar descalço e sentir-me livre, é na natureza que recarrego energias.
10. Se não fosses hairstylist querias ter sido outra coisa?
Sim, queria ter sido astraunauta.
11. São 14h e estás cheio de fome. Ias até onde para comer o teu prato preferido?
Não ia, comia no restaurante mais próximo.
12. O que te vês a fazer daqui a 10 anos?
Uma viagem à volta do mundo.
13. Tens alguma tesoura de eleição?
Tenho uma marca de eleição – Osaka.
14. O nervoso faz parte do teu trabalho?
Nervosismo não, ansiedade sim. Em todos os trabalhos. Sinto-me mais confiante o que acalma a minha ansiedade, mas nunca deixei de sentir. Já comentei isto com alguns colegas com mais anos disto, e todos me disseram: “quando deixares de sentir, sai fora”.
15. Preferes confortável ou tendências confortáveis?
Confortável, sempre.