30/10/2019

Vasco Freitas: “Temos de andar atrás daquilo que somos felizes a fazer”

1. Quando é que o conceito de ser cabeleireiro passou para hairstylist? Acho que isso não passa de um capricho…. não passa de uma tradução. 2. Já penteaste muita gente. Dessas pessoas, quem é que pentearias todos os dias? Ninguém, não gosto, nem acho que seja moderno nem glamoroso o facto de uma mulher precisar […]

1. Quando é que o conceito de ser cabeleireiro passou para hairstylist?
Acho que isso não passa de um capricho…. não passa de uma tradução.
2. Já penteaste muita gente. Dessas pessoas, quem é que pentearias todos os dias?
Ninguém, não gosto, nem acho que seja moderno nem glamoroso o facto de uma mulher precisar diariamente de um cabeleireiro para andar bem.
3. O teu pente e a tesoura são a mesma coisa do que a caneta para um escritor?
Sim, claro, sem eles as minhas palavras não valem de nada.
4. Se não fosses hairstylist o que serias?
Fazer parte da equipa do INEM, porque sempre tive essa paixão pelo inesperado, e pela adrenalina de nunca sabermos como vai ser o amanhã.
5. Arrependes-te de alguma coisa que tenhas deixado por fazer?
Sim. De ter sido mais amigo do meu corpo…
6. Os portugueses andam bem penteados?
Sim, dos melhores na Europa. Acho que temos só dois ou três países que se podem equiparar a nós. Isto se considerarmos que charme é diferente do ser vistoso.
7. Qual é o teu Nepal em Portugal?
Leça da Palmeira, sem qualquer dúvida.
8. Sorte, trabalho, vontade, talento. Estes quatro conceitos fizeram de ti o que és hoje?
Sim, sem dúvida. E a acrescentar a isso é preciso ter muita confiança naquilo em que acreditamos porque até provar o que valemos vão sempre duvidar. Ou ter um amigo… porque quando se é heterossexual tudo demora o dobro do tempo.
9. Preferes aprender ou ensinar?
Aprender, sem dúvida. Ensinar não tenho muito jeito porque trabalho muito com o feeling e com a intuição, e ainda não aprendi a ensinar isso.
10. Mesmo sabendo que perderia a força, eras capaz de cortar o cabelo ao Sansão?
Não conheço o Sansão…
11. Tesoura de papel, navalha, máquina. Com qual cortavas o cabelo à Sara Sam-paio?
Normalmente corto lhe o cabelo mais com a tesoura – não de papel – e navalha.
12. Contam-te muitos segredos no teu salão enquanto cortam o cabelo?
Nem por isso. Os únicos segredos que me passam ou que possa haver à vontade para falar, são de clientes (e amigas) que já me seguem há mais de 10 anos.
13. A pessoa que mais admiras é? Porquê?
O meu pai. Apesar de crescer sem nada e com muitas dificuldades, nunca deixou que isso afetasse a forma como me educou e ensinou a ver o futuro.
14. Que objetivo de vida teu achas que devia ser seguido pelo mais novos?
Andar atrás daquilo que somos mesmo felizes a fazer. Como aquelas horas não custam a passar. A seguir agarrar com unhas e dentes todas as oportunidades que possamos a ter.
15. Como é que começaste a colaborar com o Portugal Fashion?
Foi na equipa do Miguel Viana.
16. Jogavas em que posição no futebol?
Ala direito ou esquerdo.
17. Podias ter sido um Cristiano Ronaldo com sotaque do Norte?
Não, nunca! Mas gosto mesmo muito de jogar futebol.
18. O que achas do Bloom?
Neste momento, e sem querer que me interpretem mal, acho que são a bandeira da moda portuguesa e aqueles que precisam da ajuda dos mais experientes, uma vez que são os únicos que têm que se lançar a solo e ainda sem nenhum “porto de abrigo”. A ver se é desta que começamos a levá-los para as grandes marcas, nacionais e internacionais, visto que se contam pelos dedos de uma mão os designers que sobrevivem só com a marca própria.
19. Pode arriscar-se mais no Bloom?
Sem dúvida!
20. Tens algum conselho para os bloomers?
Juntem-se mais à indústria porque eles já produzem para as grandes marcas. Juntem-se e criem a vossa, mas com estrutura.
Hoje, a moda só vale a pena se estiver à venda e for comprada.
PT